
Por ocasião da quaresma daquele ano (época da safra
de umbu), as crianças saíram na companhia de sua mãe até um tanque, onde ela ia
lavar roupa. Chegando ao local a mãe começou o seu trabalho e deu permissão às
crianças pra catar umbu ali por perto.
Como João e Alexandrina não encontraram muitos
frutos nos umbuzeiros próximos ao tanque, aos poucos foram se distanciando da
vista da mãe.
Passado bom tempo, a mãe lembrou-se dos filhos e
chamou por eles. Como não obteve resposta, começou a ficar aflita. Abandonou os
serviços e saiu à procura das crianças. Desnorteada não sabia por onde começar
a busca aos filhos. Após longo tempo de procura sem resultado, ao encontrar uma
pessoa a cavalo, pediu ajuda. O cavaleiro prometeu juntar mais gente para vir
em socorro dos meninos.
Segundo a narrativa tradicional que ficou na
memória popular da época relacionado ao desaparecimento das crianças, o genitor
delas teria ido à feira de Ribeirópolis vender peixe. Ao retornar a sua casa
logo soube do acontecido e se juntou ao grupo que saiu em várias direções à
procura dos inocentes.
Embora tenha sido feita intensa busca, somente após
três dias os meninos foram encontrados: Alexandrina já estava morta e João ainda
vivo tinha retirado a camisa e colocado no rosto dela. Logo em seguida, João
também faleceu.
No local onde aconteceu a morte das crianças foram
colocadas duas cruzes. Passado pouco tempo a população sertaneja começou a se
valer dos favores dos dois inocentes que morreram ali de uma maneira tão
trágica.
No local foi erguida uma pequena casa de oração,
dando origem a esta devoção popular aqui em nosso Alto sertão sergipano. Em
torno das Cruzinhas surgiu também um pequeno cemitério.
Por várias décadas do século XX a devoção às Cruzinhas
ficou restrita a um pequeno grupo. Por
inciativa de Eloy Santana, em 1974 o padre Leon Gregório, Vigário de Nossa
Senhora da Glória e Monte Alegre de Sergipe tomou conhecimento da existência da
veneração às Cruzinhas celebrando a primeira missa no local.
Quando o
Padre João Nascimento chegou à Paróquia de Monte Alegre de Sergipe, combinou
com os devotos das Cruzinhas, para que o dia de São José (19 de março) ficasse
como data fixa anual da celebração de missa naquela capelinha.
O Padre Clóvis quando foi Vigário de Monte Alegre
de Sergipe celebrou apenas uma vez nas Cruzinhas.
Já em relação ao Padre Francisco, quando Vigário de
nossa Paróquia participou todos os anos da Romaria às Cruzinhas.
Ao assumir a Paróquia de Monte Alegre de Sergipe, o
Padre Edmildon deu apoiou a esta Romaria indo celebrar anualmente no dia 19 de
março nessa localidade.
Frei Roberto Eufrásio de Oliveira, missionário
popular do Nordeste, por ocasião de missões populares em Monte Alegre de Sergipe,
tomando conhecimento da História das duas crianças, pediu que as pessoas
passassem a chamar João e Alexandrina: OS SANTOS INOCENTES DO SERTÃO DE
SERGIPE.
Padre Edinaldo, atual vigário de Monte Alegre de
Sergipe pela segunda vez está participando da Romaria às Cruzinhas.
Comprovando o crescimento da adesão popular à
devoção às Cruzinhas, cada ano comparecem mais pessoas a esta Romaria. E os devotos
que são atendidos nos seus pedidos trazem ex-votos
para serem colocados dentro da capela em torno das cruzes de João e Alexandrina.
Monte
Alegre de Sergipe, 19 de março de 2014
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