19 DE MARÇO DE 2017
CONCENTRAÇÃO: DEFRONTE DO TERMINAL
RODOVIÁRIO ALENCAR OLIVEIRA DANTAS – MONTE ALEGRE DE SERGIPE –ESTADO DE SERGIPE
QUATRO HORAS DA MANHÃ DO PRÓXIMA DOMINGO
Organização: MISSIONÁRIOS DA PARÓQUIAS SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Esta tradição ligada ao
catolicismo popular, em nossa região, tem ligação com o trágico acontecimento
do desaparecimento das crianças João e Alexandrina (na Fazenda Lajedo - Porto
da Folha – SE), no remoto ano de 1907.
Por ocasião da quaresma daquele
ano (época da safra de umbu), as crianças saíram na companhia de sua mãe até um
tanque, onde ela ia lavar roupa. Chegando ao local a mãe começou o seu trabalho
e deu permissão às crianças pra catar umbu ali por perto.
Como João e Alexandrina não
encontraram muitos frutos nos umbuzeiros próximos ao tanque, aos poucos foram
se distanciando da vista da mãe.
Passado bom tempo, a mãe
lembrou-se dos filhos e chamou por eles. Como não obteve resposta, começou a
ficar aflita. Abandonou os serviços e saiu à procura das crianças. Desnorteada
não sabia por onde começar a busca aos filhos. Após longo tempo de procura sem
resultado, ao encontrar uma pessoa a cavalo, pediu ajuda. O cavaleiro prometeu
juntar mais gente para vir em socorro dos meninos.
Segundo a narrativa tradicional
que ficou na memória popular da época relacionado ao desaparecimento das
crianças, o genitor delas teria ido à feira de Ribeirópolis vender peixe. Ao
retornar a sua casa logo soube do acontecido e se juntou ao grupo que saiu em
várias direções à procura dos inocentes.
Embora tenha sido feita intensa
busca, somente após três dias os meninos foram encontrados: Alexandrina já
estava morta e João ainda vivo tinha retirado a camisa e colocado no rosto
dela. Logo em seguida, João também faleceu.
No local onde aconteceu a morte
das crianças foram colocadas duas cruzes. Passado pouco tempo a população
sertaneja começou a se valer dos favores dos dois inocentes que morreram ali de
uma maneira tão trágica.
No local foi erguida uma pequena
casa de oração, dando origem a esta devoção popular aqui em nosso Alto sertão
sergipano. Em torno das Cruzinhas surgiu também um pequeno cemitério.
Por várias décadas do século XX a
devoção às Cruzinhas ficou restrita a um pequeno grupo. Por inciativa de Eloy Santana, em 1974 o
padre Leon Gregório, Vigário de Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre de
Sergipe tomou conhecimento da existência da veneração às Cruzinhas celebrando a
primeira missa no local.
Quando o Padre João Nascimento chegou à Paróquia de Monte Alegre de
Sergipe, combinou com os devotos das Cruzinhas, para que o dia de São José (19
de março) ficasse como data fixa anual da celebração de missa naquela
capelinha.
O Padre Clóvis quando foi Vigário
de Monte Alegre de Sergipe celebrou apenas uma vez nas Cruzinhas.
Já em relação ao Padre Francisco,
quando Vigário de nossa Paróquia participou todos os anos da Romaria às
Cruzinhas.
Ao assumir a Paróquia de Monte Alegre
de Sergipe, o Padre Edmilson deu apoiou a esta Romaria indo celebrar anualmente
no dia 19 de março nessa localidade.
Frei Roberto Eufrásio de
Oliveira, missionário popular do Nordeste, por ocasião de missões populares em
Monte Alegre de Sergipe, tomando conhecimento da História das duas crianças,
pediu que as pessoas passassem a chamar João e Alexandrina: OS SANTOS INOCENTES
DO SERTÃO DE SERGIPE.
Padre Edinaldo, atual vigário de
Monte Alegre de Sergipe pela quinta vez está participando da Romaria às
Cruzinhas ao final da caminhada na Igreja dos Santos Inocentes celebra a missa e em seguida tem o café da manhã compartilhado com todos os romeiros.
Comprovando o crescimento da
adesão popular à devoção às Cruzinhas, cada ano comparecem mais pessoas a esta
Romaria. E os devotos que são atendidos nos seus pedidos trazem ex-votos para serem colocados dentro da
capela em torno das cruzes de João e Alexandrina.
Fonte:
Eloi Santana – Colaborador Raimundo Eliete Cavalcante